sexta-feira, 9 de março de 2012

Resenha;Sandman


Bom pessoal, hoje o post não vai ser feito por mim (@breekachu_), sem choro por gentileza minha gente.
Brincadeiras à parte, hoje o post vai ser feito por alguém por quem tenho certa admiração e carinho e um fã tão bobo como eu de coisas geek, meu grande amigo @Cloud_Nimbus.
Então, la vai;

Olá galerinha,

 Não faço ao certo parte do blog, me considero mais um convidado. A pedido do manda-chuva do blog aqui eu estou escrevendo essa resenha para vocês. E a minha primeira resenha vai ser de uma paixão minha e com certeza de muitas outras pessoas, a série de Hqs : Sandman.
 Criado em 1988 por Neil Gaiman para a Vertigo ( E com publicações no Brasil pela Editora Globo e Conrad, respectivamente).
 Sandman conta a princípio com 75 volumes que narram a história de Morpheus ou simplesmente “Sonho” um dos sete Perpétuos.
Os Perpétuos são seres antropomórficos que representam aspectos que sempre existiram e sempre vão existir no universo , são eles: Sonho, Morte, Destino, Desespero, Desejo, Delírio e Destruição. Uma curiosidade é que em inglês todos os Perpétuos tem o nome começado com a letra D . Dream, Death, Destiny, Despair, Desire , Delirium e Destruction. Dizem que o Tempo seria adicionado como Perpétuo , mas como Time não começa com D ele teria sido deixado de lado.
Sandman (Homem de Areia, em inglês) é uma referência mitológica encontrada em várias culturas. Uma referência consagrada é a dinamarquesa, através de um conto de Hans Christian Andersen, chamado Ole Lukoeje (ou Olavo fecha-olhos). Esse personagem, de contos infantis, é uma figura mitológica que sopra areia nos olhos das crianças para que elas durmam (No Brasil, é conhecido como João Pestana).
Sonho e sua irmã mais velha, A Morte


A série descrita nesta resenha na verdade foi um pedido da editora DC Comics feito para Neil Gaiman para ele recriar um antigo personagem da marca também chamado Sandman.
 A história é repleta de citações de várias mitologias e lendas que muitas vezes nem sequer notamos na primeira leitura deixando o leitor com aquela ânsia de pesquisar do que se trata aquele nome citado ou aquela frase dita.  A história é dividida em 13 arcos ( Algumas grandes como “Entes Queridos” ou então descritas em uma única edição como “ Exílio”)
 Aqui vai uma lista com o número das edições

Sandman: Prelúdios e noturnos (01 a 09)
 A casa de bonecas (10 a 16)
Terra dos sonhos (17 a 20)
 Estação das brumas (21 a 28)
Espelhos distantes (29 a 31)
Um jogo de Você (32 a 37)
Convergência (38 a 40)
Vidas breves (41 a 49)
O Fim do mundo (51 a 56)
Entes queridos (57 a 69)
Despertar (70 a 73)
Exílio (74)
A tempestade (75)

 O interessante em toda a série Sandman e em toda obra de Neil Gaiman é o digamos assim, “recheio da história”. Ele vem em uma narrativa que está te prendendo, não lhe deixa sair e lhe faz virar as páginas automaticamente, então a história da uma freada e entra uma lenda que aconteceu há mil anos antes da narrativa em questão.
A princípio o leitor ficar perdido , mas enquanto a história vai se desenrolando as lacunas vão se preenchendo e todos estes contos randômicos que ele lançou no meio da história se mostram muito importantes para o fechamento da mesma.
Como diria meu avô “ Ele não da ponto sem nó”
 É aquele tipo de história em que você lê solta sozinho uns: “ Ah então era isso!” e busca alguma edição 10 volumes atrás porque algo nela fez sentido na edição em que está lendo.
Como já foi dito acima Sandman faz inúmeras referências à mitologia e personagens históricas, como Shakespeare que vez ou outra aparece na série.
Um fato curioso que é deixado claro na narrativa é que “Deuses morrem” quando não tem mais seguidores, são esquecidos e perdem seu poder se confundido com mortais, o que da a crer é que eles criaram os humanos mas os humanos os mantém, e acima disso tudo sempre onipotentes ficam os 7 irmãos os Sem-Fim, os Perpétuos que a princípio são 6 pois Destruição deixou a família.
Como já citado, os Perpétuos são seres antropomórficos, ou seja por mais que atendam ao patamar divino ( ou até acima dele) eles tem traços humanos, como amor, inveja, ódio, e assim por diante, o que deixa a trama cada vez mais tensa e interessante.

 A história da o seu pontapé inicial quando um grupo de magia oculta tenta por meio de um ritual capturar a Morte, por engano acabam aprisionando Morpheus o Sonho.
O Lorde moldador então fica preso por décadas , e o dia em que consegue se libertar causa as mais bizarras e divertidas alucinações e punições a quem lhe fez mal. Ele então volta ao seu mundo, o Sonhar, e vê que ele não é mais o mesmo, grande parte dos sonhos que ele criou fugiram , seus pertences estão espalhados por este e por outros mundos e ele agora tem que reerguer seu império onírico.
 Quando eu comecei a ler Sandman pensei estar lendo mais um quadrinho, quando terminei de ler a sua ultima edição percebi que tinha lido uma das melhores obras literárias da minha vida, e digo isso com toda certeza do mundo. Mas já citei muito da escrita, a arte gráfica de cada revista também é um show a parte.
 As capas sempre contendo mensagens subliminares sobre aquela história e o desenhista não se mantem o mesmo até o final da história, passando por vários traços diferentes o que da o clima de     “Sonho” a cada edição. Uns mais sombrios e turvos, outros mais alegres e com traços e cores fortes.
Uma das incríveis capas dessa obra de arte

Existem também outros titulos relacionados ao mundo de Sandman que são:
Sandman - The Dream Hunters (Os Caçadores de Sonhos) Situado no Japão, este conto de fadas adulto, narrado com ilustrações e prosa, foi maravilhosamente pintado pelo lendário artista Yoshitaka Amano (Final Fantasy).
Morte - A Festa Em uma homenagem a Gaiman, Jill Thompson cria e ilustra uma história no estilo mangá, com os personagens de Sandman. As duas irmãs mais novas da Morte (Delirio e Desespero) organizam uma festa para os fugitivos do Inferno. Quando a farra foge ao controle, Morte tem que restabelecer a ordem e salvar o Além.
Morte - O Preço da Vida A cada século, durante um dia, a Morte toma sua forma característica para aprender mais sobre as vidas que deve tomar. (Publicado em 1994 no Brasil, pela editora Globo)
Morte - O Grande Momento da Vida Quando uma jovem mãe faz um acordo com a Morte para salvar seu filho, sua namorada paga o preço, em uma história sobre fama, relacionamentos e rock'n roll. (Publicado em 1997 no Brasil, pela editora Abril)
Capas na areia Não é propriamente uma história mas um apanhado das capas da revista, que são pura arte. Contém também comentários, entrevistas e uma história inédita.
Noites Sem Fim (Endless Nights) Coletânea de 7 histórias, cada uma sobre um dos Perpétuos, esta obra é a primeira tradução mundial do trabalho de Gaiman e cada conto foi ilustrado por um artista diferente. (Publicado no Brasil pela editora Conrad)


É difícil demais descrever Sandman em um texto, o ideal mesmo é ler, ou melhor, sonhar.
 Abaixo algumas frases desta obra que sempre me arrepiaram:

Quando você sonhas , ás vezes se lembra. Quando desperta, você sempre esqueceMorpheus

Quando a primeira coisa viva existiu, eu estava lá esperando.
Quando a ultima coisa viva morrer, meu trabalho estará terminado. Vou pôr as cadeiras em cima das mesas , apagar as luzes e fechar as portas do universo quando eu partir
Morte

-"Eu sou a anti-vida, a besta do julgamento, eu sou a escuridão no fim de tudo. O fim dos universos, deuses, mundos... de tudo. E o que você é mestre dos Sonhos?”
-"Eu sou a Esperança."  - Morpheus para Choronzon

Posso fingir que as coisas duram... Posso fingir que as vidas duram mais do que momentos. Deuses vêm e vão. Mortais lampejam , reluzem e se apagam. Mundos não duram , estrelas e galáxias são coisas transitórias como vaga-lumes e se desfazem em pó e frieza, mas eu posso fingir.” - Destruição




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